Qual não foi o meu espanto quando... todas elas voltavam para trás debaixo de um dedo esticado do segurança que exasperado dizia "mas eu não lhe perguntei se tinha líquidos? Disse-me que não... e AFINAL!! Ponha tudo aqui dentro" e estende-lhe um saco transparente para ser "polite". E as senhoras muito nervosas e revoltadas lá enfiavam o creme das mãos de 75ml, um roll-on de 50ml, uma pasta dentrífica de outro tanto e algumas uma garrafinha de 33ml de água (benta?). Ahahahaha...
Enfim, chegada a minha vez, fui eu que tive de abrir a mala e sacar o portátil. Apitou várias vezes a minha mala e lá andaram a vasculhar, até que disseram "pois não encontro nada, deve ser do chocolate"... E eu pensei "Ya, ginger power, queres ver!"... Esta história do portátil não é chata... a primeira vez... Mas em Mumbai foi a que me pareceu ser a quadragésima sétima vez! Numa fila só de meninas (separação de sexo para vistoria) ali estava eu a desejar mostrar o computador uma última vez.
Tive de passar por um longo controlo em que entreguei uma folha que respondi ainda dentro do avião a confirmar alguma informação que já tinhas respondido aquando do pedido do visto: se tínhamos estado na Índia antes e há quanto tempo, se tenho familiares paquistaneses, se trago comida comigo na mala... etc. A quem entreguei a folha, perguntou-me ao que vinha, com quem ficava (toda a gente estranha as minhas "férias" por 5 meses) e quando me perguntaram o telefone da pessoa com quem ia ficar... está na mala do porão! Boa, Joana! E explicar que na verdade não conheço a pessoa mas o irmão da pessoa, e sabe eu posso ir buscar o número e trazer-lhe... enfim! Com ar de mau e a contra-gosto lá me deixou passar...
Aguardaram-me 5 horas em Mumbai que "optei" por não conhecer do lado de fora do aeroporto por não ter rupias e achar pouco tempo para ir à descoberta num país que mal pisara.
Adormeci e acordei várias vezes sobre as malas, e fui autorizada a abrir a segunda surpresa que trouxe comigo:
speakless.
Que saudades tão arrebatadoras, que sensação tão boa mas ao mesmo tempo tão desamparada!
Lá decidi perguntar a minha porta de embarque e apercebi-me que não era aquela que estava a guardar por 4 horas e dirigi-me até lá. Mais um pouco à espera e pude ir de bus até à porta de avião e... tive... a... minha... primeira... sensação... do calor... humidade... e... cheiro... indianos.
E quem me conhece, sabe como sou com cheiros... "ficam-me na retina", como diz o outro! Este cheiro viria a ser aquele que nas primeiras semanas (com tendência a desaparecer... ou simplesmente e eu já não notar) viria a sentir em algumas partes de Goa!
Uma última hora de vôo com o meu vizinho do lado a roncar que não era brincadeira, aquele senhor não brinca em serviço, com a cabeça toda para trás e de boca aberta, com muitas meninas indianas a rirem à sucapa. E quando cheguei, o aeroporto pequeníssimo com um aspecto de anos 50, giro (mas não era tempo de "sacar" a máquina) e curto... tão curto que avistei logo a cara da Nalini que me sorriu sem ter a certeza que era eu. Dissemos o nome uma da outra ao mesmo tempo, o meu mais interrogativo, e ali estava eu.
Em GOA!
Anish foi a segunda pessoa que conheci. É o filho da Nalini que me entregou uma coroa de boas-vindas de flores de jasmim e torceu o nariz envergonhado quando lhe dei dois beijos de agradecimento.
Em GOA!
Anish foi a segunda pessoa que conheci. É o filho da Nalini que me entregou uma coroa de boas-vindas de flores de jasmim e torceu o nariz envergonhado quando lhe dei dois beijos de agradecimento.
Mais uma vez o cheiro intenso.
Desta feita daquelas flores frescas.
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