quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Partida... (só com duas horas de sono)

Esta seria a mensagem que eu achei que ia escrever na véspera da minha partida. Já depois da meia-noite, a contar o dia 5.
Escreveria como estaria num misto de sentimentos: ansiedade, excitação, receio do inesperado, descrença do que de facto me estava a acontecer.

Mas, na verdade, eu não escrevi esta mensagem a dizer “aqui vou eu”… porque estava desesperadamente à procura do… meu passaporte!

É verdade! Na véspera, quando quis encontrar o passaporte e resgatá-lo de algum lugar onde tivesse posto com o pensamento “bem, vou por aqui para não esquecer, não perder…”, simplesmente não aparecia. E aí sim, o pensamento mais do que tudo dizia “isto não me está a acontecer!!”. O anti-mosquitos, o bilhete de avião impresso, o telefone de Goa, um telemóvel… não! O passaporte! Simplesmente a única coisa que não podia desaparecer. O caos. O pânico. O ridículo: o passaporte e o visto num só!

Desfiz as duas malas três vezes cada uma, entrei em pânico, andava doida. Todos quantos me ligaram ficaram a saber do meu pânico na altura pois nem lhes liguei muito quando me tentavam desejar boa-sorte. (desculpem) Entre eles, a minha mãe preocupada a mandar-me mensagens e o meu irmão com perguntas de "como é possível?", "senta-te e pensa", "vais encontrar" e não só. Estava cansada e a admitir todas as hipóteses, principalmente porque no dia anterior tinha deitado lixo no papelão. Enfim, às 01:30 estava a ser pegada ao colo pelo Hugo que me pôs (uma vez sem exemplo, hein!) dentro, literalmente, do caixote de lixo de rua a ver papel a papel e a reconhecer o meu lixo do dia anterior (que miraculosamente ainda lá estava).

Voltámos a casa desolados sem ter encontrado nada, o meu pai acordou, sofreu comigo, afastámos a cama, revirámos já a pensar que no dia seguinte teria de começar à procura de nova viagem, e de alternativas a tudo e mais alguma coisa.
Já sem esperança, pelas 02h30, mexo uma pasta (única coisa que não revirei três vezes naquela noite) e o passaporte desliza-me para a mão.

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Podia ser uma fábula, podia ser mentira, podia ser uma brincadeira de mau gosto, podia até ser um motivo para me rir um dia mais tarde (tal como o meu mano disse que aconteceria), mas isso só será verdade se este post fizesse esboçar um sorriso ao meu pai.... o que tenho as minhas dúvidas! :)

E assim foi que depois de re-pack, me deitei às três horas para me levantar às cinco!
Fui partida para a partida!

1 comentário:

  1. O que realmente me fez soltar a gargalhada foi a frase: Fui partida para a partida!
    Tão.. tão tua! lol

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