segunda-feira, 9 de julho de 2018

Alberto Manguel é um patrão



Hace ya varias décadas, por razones que hoy he olvidado, me encontré durante unos pocos días en la región de Tassili, en el desierto argelino, cerca del oasis de Djanet. Había ido, creo, a conocer unas cuevas que famosamente están decoradas con pinturas e incisiones de animales y seres humanos -jirafas, bisontes, cocodrilos, rinocerontes, algún antílope agonizante,

sábado, 27 de novembro de 2010

Advertência - em actualização...

À data de hoje, menos de mês e meio de deixar esta terra, sento-me a escrever.
Por tanto que tenho vivido aqui e a vontade que sempre tenho de escrever não me fazem reconhecer-me nesta ausência bloguística. Quando olhei para outros blogs em que as pessoas se queixavam do mesmo, nunca me identifiquei nesse papel. Pensava, eu gosto tanto de escrever, vou ter tanto tempo e coisas para escrever, que a mim não me sucederá.
Serve esta advertência para dizer que anterior a este post irão começar a aparecer aquilo que devia ter aparecido aos poucos e assiduamente. Outros canais de informação me foram distanciando, depois era porque atrasava, depois era porque queria fazer uma escolha cuidada de fotos, pensar por onde ia começar a escrever. Desculpas e mais desculpas para cada vez mais atrasar a actualização e não a começar nunca. Ainda que seja um passo pequeno, já é um passo mais à frente do que os que tinha dado até aqui.
Vou simplesmente colocando... e escrever. Interessa é escrever. E só me apercebi como esta ausência tem tido os seus frutos, quando ao falar com amigos, há tanta coisa que eles ainda me perguntam. E a "culpa" é minha. Achei que por se tratar do meu dia-a-dia não fazia sentido escrever sobre os passos. Mas fazia. E faz!
Assim, tudo o que aparecer é anterior a este post... espalhado por datas, algumas ao acaso.
Nada do que for escrito e foi vivido foi obra do acaso.

sábado, 7 de agosto de 2010

Buzinas, há muitas!

No caminho do aeroporto para o meu destino conheci pessoalmente a Nalini e o projecto, o filho Anish de dez e a filha Maya, menina muito feminina de quatro anos que tem a particularidade (de resto como muitas meninas da sua idade) de enterrar a sua cabeça no colo da mãe, no peito da mãe, no braço da mãe... :)
Identifiquei o Jude, sem sorriso e só a acompanhar a Nalini, sem intenção de palavras ou de partilhas, e o Vigil que se me aparecesse sozinho bem que não me punha naquele carro com ele. Ahahahah... hoje em dia é o que me mantém segura!
A cor do céu era cinzenta, que eu não distinguia se era da chuva ou do anoitecer que estaria para breve, passava das 18h, e contrastava com o laranja do chão, em poças ou em áreas do que parecia ser barro compacto. E depois na viagem o verde, verde, verde da vegetação.
Fomos a conversar sobre tanta coisa, com a Nalini a fazer um esforço de tornar ao português fluido, e eu tentava distrair a minha atenção de fora da estrada que tanto me descreveram antes de vir.
Mas rapidamente me apercebi que esta gente apita para tudo:
para ultrapassar,
para ficar no sítio,
para dizer "anda mais rápido",
para dizer "sai da frente",
para dizer "estou vivo",
para dizer "se não queres morrer deixa passar quem conduz",
para assustar as motas,
para avisá-las da presença,
para mostrar indignação,
para mostrar quem manda na estrada,
para mostrar que não gostam da sua presença na estrada,
para pressionarem,
para dizerem "encosta aí e axandra-te!"...
porque sim, e porque não.

Pois que fiz este reparo e a minha anfitriã disse que percebi rápido o esquema!
Evitei começar logo nas iguarias à beira da estrada e aguentei o Ratão que tinha no estômago até à hora de jantar onde conheci o marido da Nalini. A viagem do aeroporto para onde fui deixar as minhas malas pareceu-me enorme e demorada, ou então era cansaço acumulado e jet-leg e essas coisas finas de quem viaja!
Estava com formigueiro na barriga de nervosismo e antes de jantar fui deixar as minhas coisas onde vou permanecer até ao final do mês de Setembro: em Candolim, taluka de Bardez, estado de Goa. É um resort cedido até Setembro, fim do qual terei de procurar nova habitação. Vou procurar mais perto de onde vou estar maistempo a trabalhar. Ganharei em tempos de viagem, perderei em gargalhadas interiores nos percursos que contarei mais tarde.

O marido da Nalini fala português e o filho mais velho percebe tudo e participa. A Maya pequenina, para mim, é imperceptível...
Depois do jantar, cheguei àquela que seria a minha casa e decidi, em vez de me deitar, arrumar tudo quanto trazia no seu devido sítio. E como a estadia é longa (embora parecesse que só ia ficar por alguns dias...) pus-me o mais confortável e em casa possível com direito a fotos expostas e tudo!.
O quarto é bastante espaçoso e tem uma sala boa de tamanho com televisao e três sofás, uma mesa redonda onde me sento a escrever e duas janelas na sala e uma varanda no quarto. Casa de banho com tecto e parte exterior da banheira de madeira e umas traseiras para casas particulares e grandes coqueiros.
Tem luz suficiente e ar condicionado que descobri cinco dias depois, valendo-me das duas ventoinhas que tenho no tecto e que dão tanto fresco como o barulho que fazem!
Dormi cansadíssima e na manhã seguinte tinha boleia daqui para Dona Paula onde conheci um dos espaços onde ia dar aulas, e onde comecei os primeiros contactos com o Jude, apesar do silêncio inicial.
Mas tinha de pedir para repetir tudo sempre, causando desconforto em mim e provável impaciência nele(s).

Sexta-feira regular e contente por ter começado finalmente a minha conquista, a minha estadia.
Mal sabia o fim-de-semana que aí vinha.Claro que não poderia pensar nisso! Tinha na minha mão a tão prometida pen que me ligaria à internet...
As que amo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Here I Go(a) - "em como roubar à má fila título a outro blog"

Acho que ainda não vos contei a aventura que foi passar pelos seguranças dos aeroportos. Começou a saga ainda em Lisboa quando me pus na fila para o primeiro controlo. Fui para a fila de umas dez freiras que embarcavam e que se multiplicavam por outras filas tantas outras. Eram muitas e todas muito parecidas (o hábito não faz o monge mas faz a freira) de uma ordem que eu não conheci. Optei por aquela fila, primeiro porque freiras é "trigo limpo, farinha Amparo" pois não têm nada a declarar e depois porque a hipótese era entre aquele número de freiras ou outro semelhante pois elas estavam em todas as filas.

Qual não foi o meu espanto quando... todas elas voltavam para trás debaixo de um dedo esticado do segurança que exasperado dizia "mas eu não lhe perguntei se tinha líquidos? Disse-me que não... e AFINAL!! Ponha tudo aqui dentro" e estende-lhe um saco transparente para ser "polite". E as senhoras muito nervosas e revoltadas lá enfiavam o creme das mãos de 75ml, um roll-on de 50ml, uma pasta dentrífica de outro tanto e algumas uma garrafinha de 33ml de água (benta?). Ahahahaha...

Enfim, chegada a minha vez, fui eu que tive de abrir a mala e sacar o portátil. Apitou várias vezes a minha mala e lá andaram a vasculhar, até que disseram "pois não encontro nada, deve ser do chocolate"... E eu pensei "Ya, ginger power, queres ver!"... Esta história do portátil não é chata... a primeira vez...  Mas em Mumbai foi a que me pareceu ser a quadragésima sétima vez! Numa fila só de meninas (separação de sexo para vistoria) ali estava eu a desejar mostrar o computador uma última vez.

Tive de passar por um longo controlo em que entreguei uma folha que respondi ainda dentro do avião a confirmar alguma informação que já tinhas respondido aquando do pedido do visto: se tínhamos estado na Índia antes e há quanto tempo, se tenho familiares paquistaneses, se trago comida comigo na mala... etc. A quem entreguei a folha, perguntou-me ao que vinha, com quem ficava (toda a gente estranha as minhas "férias" por 5 meses) e quando me perguntaram o telefone da pessoa com quem ia ficar... está na mala do porão! Boa, Joana! E explicar que na verdade não conheço a pessoa mas o irmão da pessoa, e sabe eu posso ir buscar o número e trazer-lhe... enfim! Com ar de mau e a contra-gosto lá me deixou passar...

Aguardaram-me 5 horas em Mumbai que "optei" por não conhecer do lado de fora do aeroporto por não ter rupias e achar pouco tempo para ir à descoberta num país que mal pisara.
Adormeci e acordei várias vezes sobre as malas, e fui autorizada a abrir a segunda surpresa que trouxe comigo:
speakless.
Que saudades tão arrebatadoras, que sensação tão boa mas ao mesmo tempo tão desamparada!

Lá decidi perguntar a minha porta de embarque e apercebi-me que não era aquela que estava a guardar por 4 horas e dirigi-me até lá. Mais um pouco à espera e pude ir de bus até à porta de avião e... tive... a... minha... primeira... sensação... do calor... humidade... e... cheiro... indianos.
E quem me conhece, sabe como sou com cheiros... "ficam-me na retina", como diz o outro! Este cheiro viria a ser aquele que nas primeiras semanas (com tendência a desaparecer... ou simplesmente e eu já não notar) viria a sentir em algumas partes de Goa!

Uma última hora de vôo com o meu vizinho do lado a roncar que não era brincadeira, aquele senhor não brinca em serviço, com a cabeça toda para trás e de boca aberta, com muitas meninas indianas a rirem à sucapa. E quando cheguei, o aeroporto pequeníssimo com um aspecto de anos 50, giro (mas não era tempo de "sacar" a máquina) e curto... tão curto que avistei logo a cara da Nalini que me sorriu sem ter a certeza que era eu. Dissemos o nome uma da outra ao mesmo tempo, o meu mais interrogativo, e ali estava eu.
Em GOA!
Anish foi a segunda pessoa que conheci. É o filho da Nalini que me entregou uma coroa de boas-vindas de flores de jasmim e torceu o nariz envergonhado quando lhe dei dois beijos de agradecimento.

Mais uma vez o cheiro intenso.
Desta feita daquelas flores frescas.

Mim-bai para Mumbai

Começava a deixar nas minhas costas a "europeidade" e as coisas tomavam maior dimensão. Estava mesmo a caminhar para o longe.

Gastei a minha última libra ao aceder à Internet, de um teclado sem cedilhas que me obrigava a escrever a expressão "forca com cedilha" de forma a que os amigos ficassem cientes que estava com força e não a caminhar para a forca...  :) Naquele momento tinha lágrimas nos olhos e um nervosismo à flor da pele como nunca senti. Costumava dizer quando fiz rappel, escalada ou paralelas, que eu era do tipo "mariquinhas corajosa". Que é como quem diz, faço mas a chorar, ou choro mas faço. Não me privo de o fazer. É como quando disse, antes de vir, "sinto-me como um nervoso miudinho que está a transformar-se num nervoso homenzarrão! 40% de ansiedade, 30% de certeza e 30% de nervosismo com tanto que há a tratar". E alguém me disse "mas tens a certeza? Eu nunca iria só com 30% de certeza". Pois eu iria. E vim. Eu não preciso de saber todos os resultados e fazer todas as análises para descobrir. E isto tem tanto de bom como de mau. Deixo-me viver as coisas, mas pode trazer-me carradas de trabalhos. Mas não crio ilusões. Todos sabem que não vim para esta aventura para enriquecer mais do que o meu espírito, encher a blogo-esfera com mais um "diário", ou todos vocês de saudades, claro :) ("presunção e água-benta..." eu para esta aventura prefiro a segunda!). Assim, tudo o que vier por acréscimo, que sei que virá, chama-se mais-valia.

"Mais-valia teres ido para a Europa... agora Goa?? Índia??" :)

Foi com nó na garganta que vi os segundos da net paga do aeroporto de Heathrow a sumirem-se. Peguei nas coisas, fui vestir as meias elásticas (linda menina!) e encaminhei-me para um novo mundo.
O avião era o maior onde já tinha estado. A táctica de 3-4-3 faziam dele um monstro que eu achava mais impossível de por no ar do que os outros que eu achava "os normais". Nós e esta necessidade de normalizar coisas...

Sentei-me no terceiro lugar a dar para um dos corredores e senti logo a diferença de continente. Maioritariamente eram pessoas indianas, hospedeiros de bordo (o único branquelas era um inglês antipático que me disse que tinha problemas nas costas e por issonão podia ajudar este metro e meio a colocar a sua pesada mala guardada no respectivo lugar. Eu até percebo, pois senão tinha problemas nas costas, é uma boa forma de arranjar um se atender a todas as meias-doses que lhe apareçam no caminho. Acho é que há formas de se dizer.

Bom, de facto faz frio quando se voa uma noite inteira num avião. Achei exagero quando vi a mantinha e as meinhas... mas depois ui ui que aconchega tão bem.
Ao meu lado dois senhores que não sorriam mas que não se acanhavam a ler um jornal de generalidades e em cuja capa uma generalidade de uma rapariga agarrada a umas (às suas!) mamas valentes! Não é que se veja em jornais portugueses (enumerava tantos), mas aparecer na contra-capa, fazia com que cada vez que olhava para o lado deparava-me com aquilo. Maneira que por aquilo ou por outra razão andei a fazer zapping em busca de filmes que me mantivessem acordada mais de 20 minutos e nenhum passou os dez. A minha recordação da viagem foi acordar sem saber onde estava "n" vezes e depois olhar para a dita senhora e "ah, a caminho de Mumbai" e voltar a dormir e acordar ora para a o jantar, ora para a ceia, ora para a mini-refeição... sentia-me como porquinho na engorda. Em breve seria um porquinho da Índia! (desculpem a piadola fácil... mas com o cérebro como estava não podia mais).

Assim fui experimentado coisas com massala light (a malandra que faz tudo ficar tão spicy), um sabor novo aqui, um sabor novo acoli...
Foi também aqui que abri um envelope que me tinha sido dado para abrir em caso de emergência. Depois do email de Londres tornara-se emergente abri-lo!
Os meus olhos viram um mosaico de fotos minhas e da Maria com uma mensagem pequena mas bonita. Obrigada Maria! O senhor ao meu lado deve ter adorado ouvir-me fungar! :)

A boa notícia foi quando olhei para o relógio, eram seis da manhã e pensei que ainda faltavam 5 horas, pois o vôo chegaria às 11h. Estava eu a fazer esta álgebra complicadíssma, quando oiço o comandante a dizer que dentro de meia hora chegaríamos a Mumbai, hora local 11h! Hora local! Ahahahah...

Estava em solo indiano!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

London (always) Calling


Ao levantar vôo, uma criança pequena (seria o seu primeiro?) dizia coisas do género "ah e o avião vai cair" e ouvia-se uns ruídos de uma simulação do género. Eu achei piada mas acredito que houvesse pessoas a que aquilo soasse nada encorajador! Ahahaha...
A minha viagem para Londres foi com a cabeça a tombar, a recuperar da aventura da noite (ou manhã?) anterior. Quando acordo do meu sono tenho ao meu lado, não o rapaz ao lado de quem me sentei, mas, um sorriso aberto de uma senhora que teve de me ajudar a desapertar o cinto para ir à minha mala tirar não sei o quê. Sim, eu não conseguia tirar o cinto... Teve de embaraçoso e de engraçado que começámos a conversar. A Isabel ia em família a Londres por 6 dias (não cheguei a perceber se as palavras do avião a cair seriam do seu filho mais pequeno, Martim. Ahahaha!!). E eu, que não tinha como destino final essa cidade que me anima e me chama, naquele instante me apercebi mais uma vez de tantos destinos e histórias diferentes que todas aquelas pessoas levam consigo. Eu ia começar mais uma nova. Atrás de nós, uma senhora que lidava com crianças na sua profissão, iria visitar a sua filha à Escócia, ao fim de tantos anos. Tinha perdido outra filha no ano anterior :( e vinha desta vez com o coração apertado, ansiosa por fazer a vontade a esta filha, mas carregava consigo o semblante que só carregam as pessoas com uma perda igual.

Apesar da amabilidade no convite da Isabel em acompanhá-los nas minhas horas de visita a Londres, acabámos por nos separar ali pois eu tinha de mudar de terminal  e queria deixar as malas em cofre para poder andar mais à vontade. Trocámos contactos (entretanto já utilizados para o efeito que se espera, não caindo em saco-roto como tantas vezes) e tenho ali uma amiga que me disse que gostava de acompanhar o blog para que me sentisse mais acompanhada! Obrigada Isabel! Um beijinho!
Depois das malas estarem "luxuosamente" (8libras) mas bem guardadas, aí fui eu reconhecer o cheiro do metro de Londres, lembranças boas de há dois anos!, ouvir o "mind da gap" e ir em direcção aos poucos sítios que tinha tempo de ir ver e que pertenciam à mesma linha de metro do aeroporto, Picadilly Line.

Felizmente eram também os meus sítios preferidos: Picadilly Circus, Covent Garden (parecia um sábado animado! tanta gente, tanto ânimo, tantos turistas... achamos nós que Lisboa está cheia de turistas nesta altura...), Russell's Square e tantas ruas por onde me "perdi" e voltei a admirar nesta cidade que adoro. Ainda comprei umas Croc's de senhora cor de cereja a 5 Libras (saldos!!) para juntar mais uma expressão à lista das que me obrigam a morder a língua na vida: Croc's? Horrível, detesto, não usaria em cidade. Comprei ainda outras sandálias sempre a lembrar o destino final.
Em Covent Garden admirei as (trezentas) animações de rua, as lojas engraçadas, a feira de talentos/artesanato e onde comi o meu primeiro Cup Cake na vida (de Oreo). Bem bom! Ainda neste que é um dos meus sítios preferidos, entrei numa loja que se chamava "our favourite things", reparei no talão, e que estava a passar o cd de Paolo Nutini :) Fiquei logo com os ouvidos alerta e a adorar a familiaridade. Cantei, aproveitei o momento (a loja era mesmo engraçada, muito girly, claro, mas adorável!), escolhi duas coisas e saí.
Estava com uma luz muito bonita e sinto-me bem nesta cidade a ser um entre tanta gente. Porque era a minha identidade tão importante como todas as outras tão diversas. Porque se sente todo o mundo ali! E eu sentia-me feliz. E na verdade o meu sentimento é que estaria ali a passear uns dias e voltaria para casa. Mas não. Muitas vezes pensava: o meu destino não é este.

Passei por vários destes e só pensava "deve ser isso, deve ser mesmo assim a cuisine indiana. Cuisine?? Eu já te digo..."
Estive à porta do Hide Park e entrei no Harrod's desta vez com mais tempo. Sem comprar nada, mas a admirar aquelas paredes e a forma como as coisas são apresentadas. Um luxo. Não tirei fotos porque bolas!É uma superfície comercial! (muitas pessoas a tirarem fotos ao memorial da Princesa Diana e Al-Fayed, dentro do Harrod's).
Depois foi tempo de voltar tranquilamente ao aeroporto, recolher as malas, telefonar ao Hugo e ao pai (que aperto!) e começar a perceber o que se estava a passar...
No aeroporto lia a seguinte frase da British Airways (companhia em que viajei): "This world is full of opportunities. We're ready to take you to them."


e pensei... mais a propósito não seria possível...
Bye bye, Europa!

Partida... (só com duas horas de sono)

Esta seria a mensagem que eu achei que ia escrever na véspera da minha partida. Já depois da meia-noite, a contar o dia 5.
Escreveria como estaria num misto de sentimentos: ansiedade, excitação, receio do inesperado, descrença do que de facto me estava a acontecer.

Mas, na verdade, eu não escrevi esta mensagem a dizer “aqui vou eu”… porque estava desesperadamente à procura do… meu passaporte!

É verdade! Na véspera, quando quis encontrar o passaporte e resgatá-lo de algum lugar onde tivesse posto com o pensamento “bem, vou por aqui para não esquecer, não perder…”, simplesmente não aparecia. E aí sim, o pensamento mais do que tudo dizia “isto não me está a acontecer!!”. O anti-mosquitos, o bilhete de avião impresso, o telefone de Goa, um telemóvel… não! O passaporte! Simplesmente a única coisa que não podia desaparecer. O caos. O pânico. O ridículo: o passaporte e o visto num só!

Desfiz as duas malas três vezes cada uma, entrei em pânico, andava doida. Todos quantos me ligaram ficaram a saber do meu pânico na altura pois nem lhes liguei muito quando me tentavam desejar boa-sorte. (desculpem) Entre eles, a minha mãe preocupada a mandar-me mensagens e o meu irmão com perguntas de "como é possível?", "senta-te e pensa", "vais encontrar" e não só. Estava cansada e a admitir todas as hipóteses, principalmente porque no dia anterior tinha deitado lixo no papelão. Enfim, às 01:30 estava a ser pegada ao colo pelo Hugo que me pôs (uma vez sem exemplo, hein!) dentro, literalmente, do caixote de lixo de rua a ver papel a papel e a reconhecer o meu lixo do dia anterior (que miraculosamente ainda lá estava).

Voltámos a casa desolados sem ter encontrado nada, o meu pai acordou, sofreu comigo, afastámos a cama, revirámos já a pensar que no dia seguinte teria de começar à procura de nova viagem, e de alternativas a tudo e mais alguma coisa.
Já sem esperança, pelas 02h30, mexo uma pasta (única coisa que não revirei três vezes naquela noite) e o passaporte desliza-me para a mão.

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Podia ser uma fábula, podia ser mentira, podia ser uma brincadeira de mau gosto, podia até ser um motivo para me rir um dia mais tarde (tal como o meu mano disse que aconteceria), mas isso só será verdade se este post fizesse esboçar um sorriso ao meu pai.... o que tenho as minhas dúvidas! :)

E assim foi que depois de re-pack, me deitei às três horas para me levantar às cinco!
Fui partida para a partida!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Na dúvida entre Professora porreira ou "lixada"

Sugestão alheia:

A prof porreira, de certeza. Se fores a lixada eles também não te esquecem mas com um franzir de lábios.

"- Ehh, lembras-te da prof tuga?
- Sim, lembro-me. O que é que tem?
- Sempre a mandar vir...não aguentava o picante.."
 
Ahahahahah... muito bom!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Trabalhinho não faltará

"Bem, já tens trabalho a começar a 9 de Agosto: dois cursos de 2 meses em Navelim para maiores de 18 anos, e aulas privadas com duas senhoras. Estou a ver se começamos também um grupo em Dona Paula."

É para ver se me mantenho ocupada. Talvez precise... =)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mamã dá licença... 4 passinhos de bebé!

Na semana passada mais um passinho.
É de longe mais engraçado ir tratar de pequenas coisas para uma grande viagem com uma amiga.
Fui buscar o visto. E é mais um passo para a realidade. Na verdade... vou mesmo!
Fiquei agarradinha ao passaporte, mesmo. Está mesmo a acontecer.

Depois passámos por uma capela que imaginámos que seria onde o navegador Vasco da Gama teria pedido a benção antes de partir! Com vista para um mar que ia conquistar! Eu olho mais para o céu. Ando com a cabeça mais lá para cima.

Ainda que não sendo a mesma capela, as fotos foram tiradas e a Joana B. tinha razão.  "... de qualquer maneira, muitos navegadores despediram-se naquela!!! :) E aquela capela era onde estavam as pessoas "acima" dos velhos do Restelo, que esses ficavam em baixo junto ao rio... :) Muito importante :)"

E pronto, contra fardos não há jumentos! E faltam menos de dois dias. Alguém acredita?